Cosme & Damião
Apelidados de "Dois Dois" e de "santos meninos", a celebração dessa dupla no Brasil é um exemplo do sincretismo religioso tão característico do país. Sua história remonta ao século III, durante os primeiros anos da igreja cristã, na região que corresponde à atual Síria, e é comumente associada a dois irmãos médicos que exerceram a profissão de maneira voluntária. Perseguidos e mortos por sua religião, passaram a ser venerados pelo martírio e pela vida dedicada à caridade.
Sou discípulo que aprendo
Sou mestre que dou lição
O segredo de São Cosme
Quem sabe é São Damião
No Brasil, a dupla de santos cristãos foi usada para camuflar o culto ao orixá-criança Ibeji, divindade representada justamente por irmãos gêmeos. Já que a religião católica era imposta à população escravizada, venerar as imagens de Cosme e Damião funcionava para disfarçar a celebração a Ibeji. A palavra, inclusive, de origem iorubá, é a junção de "ibi" (nascimento) e "eji" (dois).
Por ser o orixá-criança, parte do culto a Ibeji e, consequentemente, a Cosme e Damião, é feita pela distribuição de doces, brinquedos e pipoca. Templos são adornados com bandeirolas e imagens coloridas. Assim, os meninos gêmeos, sejam eles Ibeji ou Cosme e Damião, são celebrados. De certa maneira, é uma celebração também da infância, da pureza das crianças, suas brincadeiras e seu universo lúdico, de imaginação sem limites.
Ficha Técnica
Ilustração e Projeto Gráfico: Luis Matuto
Papel - Papel Markato Edition 200g
Formato: 42 x 60 cm
Impressão: Serigrafia (3 cores)