Caminhos e Fronteiras
Sérgio Buarque de Holanda
Editora José Olympio
2ª edição
1975
Caminhos e fronteiras é a história da lenta ocupação territorial promovida pelos bandeirantes. História dos processos e procedimentos desta empresa, nela Sérgio Buarque de Holanda descreve técnicas e práticas cotidianas - de caça e coleta, de lavoura, de viagem, de vestimenta. Detendo-se em dados referentes à mentalidade dos paulistas, aponta a maneira específica como estes foram levados a amalgamar a experiência indígena a seus interesses específicos. Com isso, as vastas transformações ocorridas no país até o século XIX adquirem o contorno das coisas vividas. Caminhos e fronteiras, como tantas outras obras do autor - Raízes do Brasil, Visão do paraíso, Monções -, está entre o que de melhor já se produziu como História do Brasil.
Formação da Culinária Brasileira
Carlos Alberto Dória
Editora Três Estrelas
1ª Edição
2014
O que constitui a culinária brasileira, que hoje vive um boom aqui e no exterior? Quais são suas bases histórico-sociais? São esses os temas que Carlos Alberto Dória, um dos principais pesquisadores da alimentação e da gastronomia no país, explora em Formação da culinária brasileira: escritos sobre a cozinha inzoneira. Combinando erudição e clareza, sólida pesquisa e estilo polêmico, o autor apresenta a trajetória de nossa cozinha desde os tempos coloniais até hoje. Uma surpreendente história do Brasil à mesa emerge dos ensaios, que propiciam, tanto ao especialista como ao leigo, uma nova visão sobre os ingredientes, as técnicas culinárias e os processos sociais que levaram à criação dos hábitos alimentares e pratos nacionais. O autor encerra o livro com um conjunto de propostas para a renovação da gastronomia brasileira cujo objetivo é assegurar a ela um vigoroso futuro.
Folclore do Café
Marina de Andrade Marconi
Secretaria da Cultura, Ciência e Tecnologia e Conselho Estadual de Cultura
1ª Edição
1976
O resultado aqui apresentado é resultado de pesquisas de campo realizadas nos municípios de Franca, Itirapuã, Patrocínio Paulista, Pedregulho, Restinga, São José da Bela Vista, Cristais Paulistas e Ribeirão Corrente, os quatro últimos antigos distritos de Franca. O trabalho, realizado através de entrevistas, teve início em 1963. Deu-se ao trabalho uma divisão de acordo com o “ABC do Folclore”, de Rossini Tavares de Lima: cultura material e cultura espiritual. Quanto à apresentação, procurou-se ficar o mais próximo possível do registro popular, conservando a linguagem natural dos informantes. Foram entrevistadas mais de uma centena de pessoas que moram ou moravam em fazendas: fazendeiros, sitiantes, colonos, meieiros, fiscais, carroceiros, lavadeiras, cozinheiras, copeiras. Brancos, pretos e mulatos (sic). Brasileiros e descendentes de estrangeiros (principalmente italianos - em maior número - e espanhóis, que vieram ajudar nas lavouras de café, plantadas pelo negro e pelo caboclo.
A culinária caipira da Paulistânia
Carlos Alberto Dória e Marcelo Corrêa Bastos
Editora Três Estrelas
1ª Edição
2018
Fruto do encontro das culturas portuguesa e índia, a culinária caipira é tão antiga quanto a história nacional, porém seu papel na formação do Brasil ainda é pouco conhecido.A culinária caipira da Paulistânia é uma exitosa tentativa de compensar essa falta. Nesse livro fundamental, Carlos Alberto Dória, um dos principais e mais eruditos pesquisadores da alimentação e gastronomia do país, uniu-se a Marcelo Corrêa Bastos, chef conhecido por sua inventividade e talento à frente do restaurante Jiquitaia, em São Paulo, para traçar um panorama da cozinha caipira.O resultado é um saboroso exercício histórico, literário e culinário acompanhado de quase 270 receitas que oferecem uma ponte entre história e cotidiano e entre teoria e prática.
As Festas no Brasil Colonial
José Ramos Tinhorão
Editora 34
2000
O estudioso José Ramos Tinhorão analisa inúmeras festas públicas brasileiras, desde a Primeira Missa até o ritual da Independência, ressaltando o "oportunismo lúdico" da gente da colônia, que aproveitava o calendário da Igreja para extravasar o seu "espírito dionisíaco". Ilustrado com imagens de Frans Post, Antônio Francisco Soares, Carlos Julião, Debret, Rugendas, Taunay e outros, trata-se de um documento fundamental para o entendimento de nossa cultura.
Os Caminhos do Rural
Maria de Lourdes Zuquim
Editora Senac
2007
Este estudo sobre a região situada entre São Paulo e Rio de Janeiro, o Vale do Paraíba, que tem sido protagonista na história do país e em seu desenvolvimento, mostra também, com referências e transcrições, a evolução do pensamento acadêmico aplicado à realidade rural brasileira. Na formulação de políticas justas para os que se empenham no trabalho agrícola, é necessário reconhecer a contribuição e o papel de todos os seus agentes, aí incluídos os que buscam apenas a própria subsistência. Mostra-se aqui ainda a importância da fixação de novos conceitos, valorizando pessoas que um equivocado senso comum insiste em rotular como atrasadas e conservadoras.
Dicionário analítico do Ocidente Medieval - Vol. I e II
Jaques Le Goff e Jean-Claude Schmitt
Editora Unesp
2017
A obra monumental sobre a Idade Média organizada por Jacques Le Goff e Jean-Claude Schmitt, que agora sai em nova edição revista, deslinda o complexo sistema de noções que constitui o tema do medievo. Organizada em forma de dicionário, traz verbetes que seguem três linhas magnas de orientação: o traçado de uma história do imaginário sobre a Idade Média; a busca de uma Antropologia histórica, ou seja, a história em diálogo com as ciências sociais; e o olhar desconfiado sobre noções pétreas sobre um período repleto de problemáticas que, em grande parte, ainda tentamos solucionar.
O Fim de uma Tradição
Robert Shirley
Editora Perspectiva
1ª Edição
1977
Baseado numa pesquisa de campo de 21 meses em Cunha e São Paulo, revela a extensão da expansão das cidades industriais vizinhas sobre uma região. Os aspectos econômicos, políticos, demográficos, religiosos, educacionais, culturais e de organização social foram profundamente alterados no período de uma geração, e as tradições - as da cidade e as do campo - estão desaparecendo.
A Caminho da Cidade
Eunice Durhan
Editora Perspsectiva
2ª Edição
1978
Eunice Ribeiro Durhan, dedica-se ao estudo da teoria antropológica em geral e trabalha no departamento de Ciências Sociais da USP. Autora de uma história do imigrante italiano no município paulista e de inúmeros ensaios. O livro “A Caminho da Cidade” constitui sólida obra de pesquisa e interpretação dos deslocamentos migratórios internos no Brasil, apresentando-os ao leitor como um sensível gráfico dos fenômenos de industrialização e urbanização. No trabalho fica eliminada a ideia usual de dois Brasis, o desenvolvido e o subdesenvolvido, mostrando o livro como um se explica pelo outro, ambos fortemente comprometidos em um mesmo sistema.
O Homem e a Terra
Eric Dardel
Editora Perspectiva
1ª Edição
2015
Na época em que "O Homem e a Terra" foi composto, a obra permaneceu, com raras exceções, ignorada. Entretanto, sua leitura atual revelou não o caráter datado do texto, porém uma surpreendente atualidade. Pequena obra-prima que a coleção Estudos da editora Perspectiva publica agora em português, o livro é um autêntico precursor dos estudos de geografia com base na fenomenologia como via de acesso à percepção e à representação do ambiente terrestre pela mente humana. Cabe ao leitor mensurar a riqueza dessa filosofia geo-gráfica e, guiado pelo pensamento inovador de Eric Dardel, descortinar o fundamento desta proposta que faz da geografia o meio pelo qual o homem realiza sua existência, na medida em que a Terra é uma possibilidade essencial de seu destino, revelada como é pelo olhar humano sobre os signos, seus sentidos e seus valores, à luz dessa percepção filosófica, cujo objeto é a Terra.
Ensaios sobre Arte Luso-brasileira
Dalton Sala
Editora Landy
1ª Edição
2002
Dalton Sala vai contando com leveza as histórias que cercam a criação artística no Brasil Colonial. É uma incursão no passado, recontado nas fulgurações da arte que então se criou e dos eventos que a fizeram irromper na imaginação dos homens. É por essa razão um texto que, demovida toda frieza da linguagem acadêmica, retoma a vida que na arte está subjacente ao ato criador. Naturalidade e fluidez é o que resulta, e os aspectos focados fluem como história contada, um estilo de falar que faz o eventos de que fala saltarem vividamente presentes ao espírito. Assim é que, a um exemplo, os fatos que cercam as Missões e a criação artística resultante emergem com vida e nos faz imaginar em meio às ruínas das Missões como visitantes conduzidos pelo texto de Dalton. Se o texto nos leva a imaginação nos faz querer ir de fato, presenciar as reínas e sua fala sedutoramente plena de histórias contadas nos emblemas mudos das pedras.
Sagarana
Guimarães Rosa
Editora José Olympio
22ª Edição
1976
Apresentando a paisagem e o homem de sua terra numa linguagem já então exclusiva, através de contos como “O burrinho pedrês”, “Duelo”, “A hora e vez de Augusto Matraga”, Guimarães Rosa fez deste livro a semente de uma obra cujo sentido e alcance ainda estão por ser inteiramente decifrados.
Contrastes e Confrontos
Euclides da Cunha
Livraria Lello & Irmão
6ª Edição
1923
A primeira edição de Contrastes e confrontos reuniu, em 1907, artigos de Euclides da Cunha publicados originalmente na imprensa. Esses textos compõem um retrato dos primeiros anos da República, no qual Cunha expõe sua visão a respeito de figuras históricas, como o marechal Floriano Peixoto, segundo presidente do Brasil, e de questões sociais que acompanham o país até hoje, como o descaso com as secas do Extremo Norte brasileiro. A obra é uma coletânea de artigos vibrantes. Em um desses textos, intitulado “Entre o Madeira e o Javari”, o tema é o povoamento da região amazônica. Já no artigo “O ideal americano”, Cunha é ácido com o então presidente dos Estados Unidos: “Roosevelt é um estilista medíocre”. O artigo que dá título ao livro, Contrastes e confrontos, trata da ocupação do solo pelas populações por meio das observações de Euclides da Cunha no Peru. Esses textos, além de valorosos como registro da História, trazem à luz os posicionamentos de um dos maiores escritores e jornalistas brasileiros.
Homens livres na ordem escravocrata
Maria Sylvia de Carvalho Franco
Editora Unesp
1ª Edição
1997
Este livro clássico investiga a gênese da sociedade e do Estado brasileiro a partir da análise do ciclo do café, florescente no século XIX entre as regiões do Rio de Janeiro e de São Paulo. Texto obrigatório que revolucionou a base conceitual dos estudos sobre sociedades subdesenvolvidas.
O Povo Brasileiro: a formação e o sentido do Brasil
Darcy Ribeiro
Companhia das Letras
1ª edição
1995
Por que o Brasil ainda não deu certo? Quando chegou ao exílio no Uruguai, em abril de 1964, Darcy Ribeiro queria responder a essa pergunta na forma de um livro-painel sobre a formação do povo brasileiro e sobre as configurações que ele foi tomando ao longo dos séculos. A resposta veio com este que é o seu livro mais ambicioso. Trata-se de uma tentativa de tornar compreensível, por meio de uma explanação histórico-antropológica, como os brasileiros se vieram fazendo a si mesmos para serem o que hoje somos. Uma nova Roma, lavada em sangue negro e sangue índio, destinada a criar uma esplêndida civilização, mestiça e tropical, mais alegre, porque mais sofrida, e melhor, porque assentada na mais bela província da Terra.
Música Caipira: as 270 maiores modas de todos os tempos
José Hamilton Ribeiro
Editora Globo
1ª Edição
2006
Quantas músicas se fazem por dia? Quantas ficarão? Em todos os gêneros musicais - do erudito ao carimbó - a maioria das músicas é de má qualidade; só uma pequena porcentagem sobreviverá. Na música caipira talvez seja pior. De outro lado, a música caipira, nos seus 50, 60 anos de existência certificada, produziu algumas jóias, um tesouro da cultura brasileira. José Hamilton, após estabelecer critérios escolheu as 270 'maiores modas de todos os tempos', sendo 150 de um 'listão' e 170 de categorias específicas (as dez melhores modas de viola, os dez melhores pagodes, as mais engraçadas, os maiores dramalhões, etc). A lista das 270 melhores não se limita a nome da música. Fala dos autores, conta a história de cada um, revela o conteúdo, a estrofe (ou o bordão) mais conhecido, e compara com outras da mesma esfera. Nos primeiros capítulos, o livro dá um pouco da história e da sociologia do mundo caipira e define com clareza o que é música caipira.
Contribuição para o conhecimento da ornitofauna de Jacareí
Frederico Lencioni Neto
Prefeitura Municipal de Jacareí e Departamento de Educação e Cultura
1ª Edição
1981
O trabalho é inventário das aves encontradas nas matas secundárias de Jacareí e como local de estudo e pesquisa debruçou-se sobre a mata da “Fazenda Santana do Rio Abaixo”. Entende-se que todo movimento de preservação deve ser antecedido de um inventário do patrimônio faunístico e sobre este se montará todo o esquema conservacionista. Esta pesquisa tem como finalidade fornecer subsídios para estudantes e conservacionistas do Vale do Paraíba, elementos para divulgação das espécies para as prefeituras para prováveis e futuras desapropriações ou preservação de reservas naturais.
A ciência do folclore
Rossini Tavares de Lima
Martins Fontes
2ª Edição
2003
A teoria da cultura espontânea formulada por Rossini Tavares de Lima é a resultante de uma experiência vivenciada ao lado do povo cantante, dançante, contador de estórias e causos, supersticioso e profundamente religioso, temente a Deus e a forças adversas, imaginárias na maioria das vezes. As características do brasileiro são aqui reveladas pelos seus usos e costumes, pelos seus modos de pensar, sentir e agir . Sua formação musical teve papel decisivo para as análises que nos legou das cantigas e na classificação dos instrumentos musicais folclóricos. O livro constitui um verdadeiro roteiro para todos aqueles que desejarem aprofundar seus conhecimentos sobre os métodos de pesquisa, a elaboração de questionários para entrevistas com informantes, a análise e a interpretação de dados e o estudo do folclore em textos eruditos.
Arquitetura popular brasileira
Günter Weimer
Martins Fontes
2ª Edição
2012
Dentro do ensino da arquitetura no Brasil somente é valorizada a arquitetura erudita. Isso se materializa em longas disciplinas sobre a história da arquitetura européia cujos princípios dariam o cabedal necessário para que nossa produção pudesse aspirar ao status de uma arte digna. Ainda hoje, sem a inspiração nas fugazes estrelas da arquitetura dita pós-moderna, continuaríamos relegados ao atraso. A obsessão em imitar a última moda da arquitetura internacional nos fez esquecer de nosso próprio umbigo. Especialmente quando se trata da arquitetura popular. Poucas nações tiveram uma formação cultural tão diversa como a nossa, o que significa uma ampla variedade de heranças de construções. Mais do que isso, as dimensões continentais do país, com a grande diversidade de climas e ecossistemas, propiciaram múltiplas adaptações dos modelos trazidos pelos imigrantes desde a Rússia ártica, a costa e a contracosta africana até, naturalmente, os mais diversos países europeus. Entre essas adaptações não podem ser esquecidas as muçulmanas, que nos foram legadas pelo colonizador. É esse universo virgem que esta obra pretende explorar.
A Arte dos Pajés
Orlando Villas Bôas
Editora Globo
1ª Edição
2000
Baseado em 50 anos de observações e estudos, o livro mostra de que forma a religião e os mitos estão integrados à vida das nações que habitam o Parque Indígena do Xingu. Villas Bôas relata ainda histórias sobrenaturais que testemunhou durante sua convivência com os povos xinguanos. Segundo o autor, “O Xingu não é só água da invernia brava, seis meses, e outros seis meses de sol também bravo que, no estio, deixa tudo com cor de rapé. O Xingu não é só índio pintado de urucum e jenipapo - é, isto sim, um mundo lendário cheio de histórias fantásticas nas quais seu povo crê, mas das quais nós, civilizados, duvidamos, embora não tenhamos como negar”.
A Natureza do Espaço
Milton Santos
Editora Edusp
2017
Para Milton Santos, o espaço é um conjunto indissociável de sistemas de objetos e de sistemas de ações e é com base nessa ideia e nas noções de técnica e de tempo, de razão e de emoção, que propõe a construção de um sistema de pensamento que busca entender o espaço geográfico. Levando em conta a nova realidade trazida pelo processo de globalização que se instalava à época, o geógrafo Milton Santos buscou auxílio na história, na filosofia, na sociologia e em outras disciplinas humanas e sociais, para propor esta teoria geral do espaço humano. Passados vários anos desde sua primeira edição, A Natureza do Espaço ainda mantém o interesse de geógrafos e profissionais que estudam as questões urbanas, dada a riqueza de análise desse geógrafo de renome internacional.
Cozinhas, etc: Um Estudo sobre as Zonas de Serviço da Casa Paulista
Carlos Lemos
Editora Perspectiva
2ª Edição
1978
A obra de arquitetura é permeada pelo social. As noções de beleza, funcionalidade e adequação perdem grande parte do seu sentido, quando enfocadas de um ponto de vista interno, circunscrito à mera evolução de formas e materiais. O livro do arquiteto Carlos Lemos situa-se no pólo oposto. Nele, a casa popular operária se coloca como medida crítica e alvo ético; a cozinha da morada paulista como o ponto de referência escolhido na análise e, o enfoque sociológico, o agenciador de dados para o estudo em profundidade do espaço habitacional brasileiro. A pesquisa de campo, a dinamização de arquivos e o levantamento de documentos inéditos asseguram por sua vez a legitimidade do exame e a pertinência das hipóteses. O pote, o jirau e a farinha; o clima; os velhos quintais e a cozinha antiga; a varanda e o açúcar; o café e as cidades; a vida urbana entre os dois armistícios; o apartamento e muitos outros, etc., projetam, para o leitor, o homem brasileiro no espaço brasileiro. Por uma arquitetura em situação.
Cidades Mortas
Monteiro Lobato
Editora Brasiliense
7ª Edição
1956
Publicado originalmente em 1919, o livro reúne 25 contos, entre escritos de juventude e textos posteriores. Neles, Monteiro Lobato retrata, de forma crítica e bem-humorada, os costumes provincianos dos povoados do interior do Brasil, relegados à decadência após um passado de prosperidade promovido pela cultura do café.
Urupês
Monteiro Lobato
Editora Brasiliense
13ª Edição
1966
Este livro de contos tornou-se um clássico da literatura brasileira. É um fenômeno sem precedentes que provoca um terremoto literário, outro sociológico e outro político. Lobato brinca com o idioma, adota o vocabulário doméstico do interior de São Paulo, cria palavras novas - como, por exemplo, "matracolejando gargalhadas" - muitas das quais estão hoje nos dicionários. São vários contos, retratando aspectos da realidade brasileira nos quais denuncia, numa linguagem vigorosa, o drama da exclusão social, que ainda persiste no Brasil pós-Lobato. "Velha praga" é uma reportagem sobre as queimadas que produzem estragos na lavoura e na economia do país comparáveis aos de uma grande guerra. Buscando culpa, refere-se ao nosso caboclo como "funesto parasita da terra... inadaptável à civilização". Em "Urupês", contrapõe aos heróis da literatura indigenista o caboclo, o pobre Jeca, indiferente ao desenvolvimento da nação. O livro provocou muita polêmica. Lobato mais tarde reconheceu que o retrato do caboclo era injusto, que a culpa não era do Jeca, mas sim daqueles responsáveis pela sua miséria e pelo seu abandono.
O Folclore do Litoral Norte de São Paulo
Rossini Tavares de Lima e outros
Funarte, Instituto Nacional do Folclore, Secretaria do Estado da Cultura e Universidade de Taubaté.
1ª Edição
1981
O objetivo principal deste levantamento é o da investigação, por meio de entrevistas, gravações, fotografias, filmagens e outros processos de registro, de danças e folguedos: Fandango, Chiba, Caiapó, Congada, Boizinho, Folia do Divino e Folia de Reis. E em secundário, verificar a existência de outras danças e folguedos; da cerâmica utilitária e figurativa e dos diferentes tipos de trançados, com possível utilização dos meios de registro acima referidos, conforme o caso. O levantamento foi realizado na região norte do Litoral Norte de São Paulo, incluindo os municípios de São Sebastião, Caraguatatuba, Ubatuba e Ilhabela.
Perspectivas da pequena propriedade agrícola
L. Hofstetter
Instituto Campineiro de Ensino Agrícola
1ª Edição
1982
Este livro, tem como principal objetivo servir de orientação ao pequeno proprietário agrícola, possuidor de modesta área de terra, sem saber como aproveitá-la, vê-se muitas vezes compelido a desfazer-se da mesma por preço aviltado. A parte técnica desenvolvida com extrema habilidade pelo autor, que é sitiante, compreensível a qualquer pessoa, aborda desde a criação de pequenos e grandes animais, até a produção diversificada de uma horta, de um pomar, de uma apicultura rústica, de trigo, milho, feijão, batata, mandioca, centeio, aveia, amendoim, colza, banana, aproveitamento de leite, o uso de ferramentas, pequena mecanização, conservação de instrumentos de trabalhos, cuidados na preservação do solo e sugestiona até a fabricação de objetos diversos bem como pequena olaria, em lugar propício. E sem dúvida o ponto principal deste livro é a proposta do autor para uma filosofia de viver, fugindo da vida urbana, nem sempre saudável para a mente e para o corpo.
Caminhos Antigos e Povoamento do Brasil
Capistrano de Abreu
Editora Itatiaia
1988
O ensaio principal que dá título ao livro traça uma rota nova na historiografia brasileira. Nem Varnhagen havia tratado com tanta maestria da questão dos caminhos coloniais e do povoamento do território que, já em 1530, entre o Maranhão e Santa Catarina, era dividido em 12 capitanias. Para Capistrano, o movimento de penetração e o povoamento fizeram-se de quatro centros. São Vicente, Salvador, Pernambuco e Rio de Janeiro. Ao influxo destes quatro núcleos deve-se a formação territorial e populacional brasileira. O avanço para o sertão, a submissão dos índios, as ligações interiores, apesar das asperezas do caminho, o movimento bandeirante, que não é só paulista, a criação do gado, a descoberta do ouro, a comunicação direta entre o Rio e São Paulo, estabelece o predomínio carioca, a vitória sobre os emboabas, tudo isto visto com uma visão integrada, como não se fizera antes.
Capítulos de História Colonial
Capistrano de Abreu
Editora Itatiaia
7ª Edição
1988
Clássico da historiografia brasileira, esta obra de Capistrano de Abreu permite avaliar a magnitude do empreendimento representado pela ocupação territorial nos três primeiros séculos da colônia portuguesa na América. Na obra, sucedem-se capítulos sobre os antecedentes indígenas, os “fatores exóticos”, a chegada dos portugueses, os primeiros conflitos, a administração colonial (iniciada com as capitanias hereditárias e as capitanias da Coroa), a luta contra franceses, espanhóis e flamengos, o sertão e a formação dos limites do território. Por fim, no capítulo “Três séculos depois”, Capistrano oferece uma visão panorâmica do seu entendimento sobre a formação da nacionalidade brasileira.
Uma Vila Brasileira: tradição e transição
Emílio Willems
Difusão Européia do Livro
1ª Edição
1961
O antropólogo Emílio Willems realizou, na década de 1940, o primeiro estudo de comunidade feito no Brasil. O local da pesquisa foi no município de Cunha, situado entre a Serra do Quebra-Cangalha e a Serra do Mar, no Vale do Paraíba paulista. Mas esse estudo teve outro predicado: é considerado também como uma investigação acadêmica pioneira, ao tratar com respeito e dar uma contribuição importante para a compreensão da chamada “cultura caipira”, como é conhecido o modo de viver dos antigos moradores da zona rural do Estado de São Paulo. Este trabalho documental procura mostrar como aquela pesquisa foi realizada, como foi recebida nos meios acadêmicos e as repercussões que teve na realização de investigações antropológicas e sociológicas posteriores. (TADEU, Judas. 2012)
O Indígena do Vale do Paraíba
Paulo Pereira dos Reis
Governo do Estado de São Paulo
Coleção Paulística, Vol. XVI
1ª Edição
1979
São muitos os historiadores que buscam reconstituir da história dos diferentes povos indígenas. Entre eles se destacou o historiador Paulo Pereira dos Reis que por vários anos com afinco e muita paciência deixou como resultado uma obra de indiscutível importância intitulado O Indígena no Vale do Paraíba. Nela, trabalhou com diversas fontes e apresentou o que se sabe sobre o assunto e revela o muito que se tem a investigar. Buscou fornecer uma visão global dos grupos indígenas e sua distribuição geográfica, relacionando os diferentes povos que habitaram a região na época colonial. Dentre eles estuda os Guaianás, os Maromimis, os Guaramirins, os Guarulhos, os Tamoios e os Puris. Havia então uma acentuada diversidade de grupos que viviam em constantes deslocamentos dificultando ainda mais o conhecimento e a compreensão do colonizador europeu. (SODERO, Francisco)
O folclore das tropas, tropeiros e cargueiros no Vale do Paraíba
Tom Maia e Thereza Regina de Camargo Maia
Funarte, Instituto Nacional do Folclore e Secretaria de Estado da Cultura
1ª Edição
1981
Pesquisa e texto histórico dos autores - Prêmio Silvio Romero 1980 da Campanha de Defesa do Folclore do Ministério da Educação e Cultura - Portinho Cavalcanti Editora para o Instituto Nacional do Folclore, Ministério da Educação e Cultura, Funarte e Secretaria da Cultura de São Paulo, Rio de Janeiro, 1981. A memória dos três homens - o arreador, o tocador e o madrinheiro - os nossos heróis tropeiros. Os 70 desenhos ensinam como preparar uma tropa, o arreamento dos animais, os apetrechos usados, a trempe, o fogão tropeiro e muito mais.
Festas, Bailados, Mitos e Lendas
Alceu Maynard Araújo
Edições Melhoramentos
2ª Edição
1967
Coleção idealizada para receber obras sobre os elementos fundadores de nossa cultura, nossos mitos, nosso folclore, nossa arte. Ao lado de ensaios e pesquisas atuais, o leitor encontrará reedições de obras, marcos na evolução de nossas raízes culturais, que se encontram esgotadas. "Folclore nacional I, II e III” representa em sua essência, uma absoluta e arrebatada atenção ao que era concreto o que funcionava, no espírito do povo mais simples de um país ainda rural e dominadamente preso à estruturas agrárias oligárquicas, como um verdadeiro desdobramento do sensível. Isto faz da obra menos um compêndio admiravelmente organizado e catalogado e mais um depoimento apaixonado, que flutua entre uma declaração de amor e uma espécie quase micheletiana de narrativa sobre a formação, os hábitos, a imaginação e por que não as próprias perversões de certos estratos sociais no Brasil, no que podiam possuir, ainda, de mais puro e intocado. Ou, pelo menos, de mais impermeável a tudo o que podia soar exógeno ou excêntrico (no sentido etimológico mais original e glorioso do termo, de tudo o que se encontra fora de seu eixo e de suas virtualidades.
Danças, Recreação e Música
Alceu Maynard Araújo
Edições Melhoramentos
2ª Edição
1967
Coleção idealizada para receber obras sobre os elementos fundadores de nossa cultura, nossos mitos, nosso folclore, nossa arte. Ao lado de ensaios e pesquisas atuais, o leitor encontrará reedições de obras, marcos na evolução de nossas raízes culturais, que se encontram esgotadas. "Folclore nacional I, II e III” representa em sua essência, uma absoluta e arrebatada atenção ao que era concreto o que funcionava, no espírito do povo mais simples de um país ainda rural e dominadamente preso à estruturas agrárias oligárquicas, como um verdadeiro desdobramento do sensível. Isto faz da obra menos um compêndio admiravelmente organizado e catalogado e mais um depoimento apaixonado, que flutua entre uma declaração de amor e uma espécie quase micheletiana de narrativa sobre a formação, os hábitos, a imaginação e por que não as próprias perversões de certos estratos sociais no Brasil, no que podiam possuir, ainda, de mais puro e intocado. Ou, pelo menos, de mais impermeável a tudo o que podia soar exógeno ou excêntrico (no sentido etimológico mais original e glorioso do termo, de tudo o que se encontra fora de seu eixo e de suas virtualidades.
Ritos, Sabença, Linguagens, Artes e Técnicas
Alceu Maynard Araújo
Edições Melhoramentos
2ª Edição
1967
Coleção idealizada para receber obras sobre os elementos fundadores de nossa cultura, nossos mitos, nosso folclore, nossa arte. Ao lado de ensaios e pesquisas atuais, o leitor encontrará reedições de obras, marcos na evolução de nossas raízes culturais, que se encontram esgotadas. "Folclore nacional I, II e III” representa em sua essência, uma absoluta e arrebatada atenção ao que era concreto o que funcionava, no espírito do povo mais simples de um país ainda rural e dominadamente preso à estruturas agrárias oligárquicas, como um verdadeiro desdobramento do sensível. Isto faz da obra menos um compêndio admiravelmente organizado e catalogado e mais um depoimento apaixonado, que flutua entre uma declaração de amor e uma espécie quase micheletiana de narrativa sobre a formação, os hábitos, a imaginação e por que não as próprias perversões de certos estratos sociais no Brasil, no que podiam possuir, ainda, de mais puro e intocado. Ou, pelo menos, de mais impermeável a tudo o que podia soar exógeno ou excêntrico (no sentido etimológico mais original e glorioso do termo, de tudo o que se encontra fora de seu eixo e de suas virtualidades.
Aspectos da evolução da propriedade rural em Piracicaba - no tempo do império
Maria Celestina Teixeira Mendes Torres
Editora Franciscana e Academia Piracicabana de Letras
1ª Edição
1975
O estudo minucioso de Maria Celestina analisa, por meio de documentos de época, as transformações ocorridas na paisagem rural piracicabana no período do império. A autora se apoia em dois documentos principais: “O Tombamento de 1818”, realizado por ordem de D.João VI, e o “Registros Paroquiais de de 1855-1856” que foram feitos logo após à regulamentação da Lei de Terras, datada de 1850. A presente obra nos dá um panorama interessante de Piracicaba, visto que o município possui, há anos, grandes áreas de cana-de-açúcar, mas que no período estudado pela autora sofreu maior retalhamento da gleba.
Crescimento demográfico e evolução agrária paulista (1700 - 1836)
Maria Luiza Marcílio
Editora Hucitec
2000
A partir de uma pesquisa fundada nos censos nominativos realizados na capitania de São Paulo, entre 1765 e 1836, Maria Luiza Marcílio estabelece correlações entre a população da época e o desenvolvimento da agricultura em toda a capitania paulista, no momento em que era introduzida a grande lavoura monocultora de cana, e mais tarde de café, com a entrada também da mão-de-obra escrava em larga escala. Dessa forma, mostra como uma análise demográfica aprofundada pode ser utilizada para o estudo econômico do meio rural.
Mudanças Sociais no Brasil
Florestan Fernandes
Difusão Européia do Livro
1960
Florestan Fernandes examina em Mudanças Sociais no Brasil elementos constituintes da realidade brasileira por ele identificados no fim dos anos 1950, como o enorme descompasso econômico entre as diferentes regiões do país e a proeminência das prerrogativas particularistas nas relações de trabalho. Em Mudanças Sociais no Brasil, o sociólogo mensura com perspicácia os limites dos processos de redemocratização e de industrialização do país, sempre preocupado com a consolidação de mecanismos que permitissem os efetivos avanços sociais que ele tanto desejava. O mais significativo deles seria a passagem de uma ordem democrática "incipiente" para um novo estágio, no qual estaria "plenamente constituída".
Ensaios de Antropologia Indígena e Caiçara
Gioconda Mussolini
Editora Paz e Terra
1980
Gioconda foi das primeiras mulheres a dedicarem-se a antropologia no Brasil. O presente volume enfeira seus primeiros trabalhos, inclusive sua tese de mestrado. Na primeira parte, são discutidos dependentes de antropologia, situados no que se chamaria hoje na esfera da ideologia. Tal é a concepção da doença e da morte entre tribos indígenas brasileiras, interpretadas como crenças e práticas de magia imitativa e animistas, bem como a mudança verificada nessas práticas e crenças por força do contato com a civilização que as secularizou e desmoralizou, na medida em que não podiam debelar doenças antes desconhecidas, contra as quais os índios não tinham defesas orgânicas nem psicológicas. Na segunda parte o estudo se debruça sobre os modos de vida das populações caiçaras, em que a autora analisa as influências indígena, portuguesa e uma bastante recente, a japonesa, bem como a criatividade da cultura caiçara na busca de soluções para problemas de subsistência e de convívio humano. O estudo é feito no contexto do Litoral Norte Paulista.
Paulística Etc.
Paulo Prado
Carlos Augusto Calil (org.)
Companhia das Letras
Publicado em 1925 e ampliado em 1934, Paulistica Etc. é uma história de São Paulo desde os primeiros esforços de colonização e povoamento - o "misterioso" século XVI - até o momento de apogeu e crise da cultura cafeeira. Os textos de Paulística Etc. saíram, previamente, em forma de ensaios no jornal O Estado de S. Paulo. Paulo Prado, proeminente produtor de café, já tinha então 56 anos. Aprendera com o historiador Capistrano de Abreu, seu mentor intelectual, a fazer da história um instrumento de descoberta e compreensão do drama humano. A despeito da parca documentação disponível, o autor faz um levantamento historiográfico minucioso e procura responder a perguntas decisivas para a constituição da epopéia paulista. O que pensavam os paulistas antigos, como os pioneiros João Ramalho e Fernão Dias? Que tribos indígenas enfrentaram os portugueses? Quem eram os homens da frota de Martim Afonso que aportaram em São Vicente? Em Paulística Etc., o passado de São Paulo encontra o presente de seu autor, um dos protagonistas dessa história, e projeta suas reflexões para o tempo futuro - aquele da São Paulo contemporânea.
Os Parceiros do Rio Bonito
Antonio Candido
Editora Ouro sobre Azul
12ª edição
2017
Os parceiros do Rio Bonito surgiu do desejo de analisar as relações entre literatura e sociedade, tendo partido de pesquisa sobre a poesia popular do Cururu – dança cantada do caipira paulista – cuja base é um desafio sobre os mais vários temas, em versos de rima constante, a carreira, que muda depois de cada rodada.
As investigações começaram em 1947 mas, por causa dos encargos de ensino que tomavam a maior parte das férias do autor, acabaram se dando com irregularidade. Terminado em setembro de 1954, este trabalho foi apresentado como tese de doutoramento em Ciências Sociais à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo onde Antonio Candido foi, durante dezesseis anos, Assistente de Sociologia II. Depois da defesa e da aprovação da tese, seu texto foi deixado de lado por alguns anos pelo autor que tinha a esperança de poder melhorá-lo. Isso acabou não acontecendo e o livro reproduziu a tese tal como foi apresentada, salvo correções que não alteraram o sentido geral.
Os dados numéricos envelheceram, a própria situação estudada se alterou com tendência para reconstituição do latifúndio como realidade econômica e social, à custa da pequena propriedade e do sistema de parceria analisado em Os parceiros do Rio Bonito. Mas o livro não encerra uma tese de Economia nem pretende fornecer dados recentes. Visa des–crever um processo e uma realidade humana, característicos do fenômeno geral de urbanização no estado de São Paulo.
Viagem ao País dos Paulistas
Ernani Silva Bruno
Editora José Olympio
Coleção Documentos Brasileiros
1966
O propósito de Ernani Silva Bruno - como descreve em breve nota de introdução - foi o de encadear todos esses tempos (Tempo dos Pioneiros; Tempo da Caça ao Bugre; Tempo da Busca do Ouro; Tempo do Comércio de Gado; Tempo da Indústria do Açúcar) em uma narrativa que pudesse dar ao leitor, de uma parte, o sentido geral da formação colonial paulista e, de outra, a medida de sua extensão territorial em cada etapa do seu desenvolvimento e os matizes de que se foi colorindo a paisagem econômica, social e cultura dessa área cujo núcleo foi a primitiva Capitania de São Vicente. Procura o autor mostrar como e por que parte dos moradores da costa subiu para o planalto e foi conquistando os Vales do Paraíba, do Mogi Guaçu, do Tietê, do Ribeira. O que plantava, beneficiava e manufaturava a gente paulista dos primeiros séculos - e como transportava os seus produtos de comercio. Como eram os seus arraiais, as suas vilas, as suas habitações. Como se vestiam e se alimentavam os habitantes de São Paulo na fase colonial - e quais os seus usos, os seus costumes, os seus horizontes, o seu teor de existência.
Prelúdio da Cachaça: Etnologia, história e sociologia da aguardente no Brasil
Luís da Câmara Cascudo
Editora Itatiaia
1986
Há trechos, neste livro, de uma comovida honestidade intelectual e nacionalista. Exemplifiquemos nesta frase de Câmara Cascudo: 'Atenda-se que o brasileiro é devoto da cachaça mas não é cachaceiro'. Predomina em cada página o cuidado de não desfigurar ou fantasiar a realidade de um estudo sério dentro das limitações, às vezes impostas pelos parcos subsídios existentes no campo da pesquisa histórica ou sociológica atinentes ao aparecimento da aguardente de cana no Brasil. Sem constituir-se um alentado volume, Prelúdio da Cachaça vem preencher uma enorme lacuna no seio da literatura do gênero.
A Ilha de Búzios
Emílio Willems e Gioconda Mussolini
Editora Hucitec
1ª edição
2003
Fugindo das limitações de um estudo de caso, ainda que estudando os ilhéus da Ilha de Búzios, no Litoral Norte Paulista, o autor discute aspectos fundamentais das culturas caboclas, como sua formação, sua relação com a natureza e com as sociedades mais amplas e a importância da religião e dos costumes. Ao contrário do que se poderia pensar por se tratar de uma comunidade vivendo numa ilha num isolamento geográfico evidente, o autor mostra os caiçaras como um grupo social marcado pela mudança, pela migração e em contato com o mercado onde vende seus produtos e com outras comunidades caiçaras. O livro do conhecido antropólogo Emílio Willems é sem dúvida, um clássico da antropologia brasileira e um dos raros trabalhos sobre culturas insulares no Brasil.
A Festa do Divino em Mogi das Cruzes
Fernando Oliveira de Moraes
Editora Anna Blume
1ª edição
2003
Analisando a festa folclórica do Divino Espírito Santo, da cidade de Mogi das Cruzes, em São Paulo, no contexto da sociedade contemporânea de massas, o autor visa estabelecer a relação do crescimento desse tipo de expressão da cultura popular com a ação da cultura de massa. Entender os motivos pelos quais, em pleno século XXI, a festa ainda apresenta participação e envolvimento de parcela significativa dos habitantes da cidade.
Aspectos Folclóricos da Semana Santa em Macatuba
Maria Públio de Souza Veiga Jardim
Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas e Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.
1ª edição
1978
Este levantamento consta de um pequeno histórico sobre as representações da Semana Santa, e como foram levadas a Macatuba. A seguir, esclarecimentos históricos, geográficos e culturais da cidade. Depois a descrição das representações, incluindo o texto que serve de base para a dramatização da Paixão de Cristo, comparação com outras representações, e esclarecimentos sobre sua função sobre as classes sociais participantes. A última parte consta de mapa do Estado de São Paulo, com a localizacão da cidade estudada, mapa do Clube Atlético, com a localização do Calvário, cartaz da festa e xerox do texto da representação da Paixão de Cristo.
A Questão Agrária no Brasil
João Pedro Stedile (org.)
Editora Expressão Popular
1ª edição
2016
O objetivo deste volume é o de apresentar de forma sistematizada as diferentes interpretações sobre o campesinato no Brasil, para com isso demonstrar como as diversas correntes teóricas se valem de distintos instrumentais para analisar o mesmo objeto. A obra é leitura obrigatória para todos aqueles empenhados em compreender a realidade do campo brasileiro no século XXI, pois traz subsídios e elementos de grande valia para o debate, seja em âmbito acadêmico, seja no interior dos movimentos sociais.
Glossário Caiçara de Ubatuba
Peter Santos Németh
All Print Editora
1ª edição
2010
"A peculiaridade do falar caiçara não está só assentada na originalidade dos seus termos, mas, sobretudo, no gestual, na entonação da voz que acompanha o seu falar, na sua postura, nas nuanças do olhar.O caiçara não apenas fala, ele fala e, ao mesmo tempo, representa. O seu falar obedece a um ritual elaborado e desempenhado nos mínimos detalhes.As palavras, quase sempre, são proferidas, ora escandindo na primeira sílaba, ora escandindo na última, produzindo variações sui generis na entonação da fala. O falar do caiçara é um falar cantado, melódico e harmonioso, em sintonia com a natureza, fazendo contraponto com o marulho das ondas e a musicalidade do sussurro da brisa, numa suave canção de ninar…"
in “Enciclopédia Caiçara Vol. II”
Antonio Carlos Diegues e Paulo Fortes Filho
Viagem de um naturalista ao redor do mundo: África, Brasil e Terra do Fogo
Charles Darwin
Editora L&PM
1ª Edição
2008
Em 1831, o naturalista britânico Charles Darwin (1809-1882), com apenas 22 anos, embarcou no navio Beagle para participar de uma expedição que duraria até 1833. A jornada acabou estendendo-se por cinco anos e, conforme as palavras do próprio Darwin, "determinou toda a minha carreira". Foi enquanto colecionava espécimes em terras pouco exploradas que ele começou a formular as idéias que culminariam em A origem das espécies, seu principal livro e divisor de águas no modo do ser humano considerar a própria existência. Publicado primeiramente em 1839, com o título de Journal and Remarks (Diário e observações), este livro é um misto de relato de viagem, livro de memórias e bloco de apontamentos. E é, sobretudo, uma deliciosa e acessível introdução à mente de um dos pensadores mais influentes da história.
A Vida Secreta das Plantas
Peter Tompkins e Christopher Bird
Círculo do Livro
1976
O livro mostra que as plantas - evidentemente através de um outro mecanismo de comunicação - são capazes de se comunicar entre si e com os homens, inclusive a longas distâncias. Elas sentem dor e medo. Ansiedade e prazer. Sentem alegria e demonstram afeto. Gostam da companhia das pessoas, identificam os seus amigos e reagem contra a proximidade do inimigo. E mais: algumas gostam de rock e outras chegam a inclinar-se suavemente em direção a um prelúdio de Bach. Estas e outras revelações são feitas por Peter Tompkins de Christopher Bird em "A Vida Secreta das Plantas" - uma obra destinada a revolucionar as concepções humanas sobra a natureza, o equilíbrio ecológico, o homem e o próprio futuro da Terra.
Mestre Carreiro
Wilson Cavalcanti Nogueira
Instituto Goiano do Folclore e Fundação Cultural de Goiás
1ª Edição
1980
Pelas páginas de Mestre Carreiro encontramos os carros de bois fazendo a interligação de pequenos povoados, ou ligando grandes distâncias, em viagens longas e acidentadas, transportando homens e cargas. É um trabalho em que a metodologia de Folclore foi obedecida, mas é mais a história do sertão goiano, onde as pegadas do Romãozinho e o cheiro gostoso do pequi acompanham a cantiga doída e saudosa do carro de bois, desbravando serras e serrados. Com esta publicação, temos a certeza de que estamos acrescentando mais uma contribuição à composição do painel cultural de nossa gente e, ao mesmo tempo, fazendo justiça a um período importante de nossa experiência histórica.
O Planalto e os Cafezais
Diaulas Riedel e Ernani Silva Bruno (org.)
Editora Cultrix
1ª Edição
1959
Esta é uma Antologia de São Paulo. O que de melhor e de mais interessante se escreveu, sob a inspiração da natureza e da existência humana dessa região brasileira - narrativas de viagem, crônicas, contos, romances - foi selecionado e reunido para figurar neste volume. São páginas documentárias de Martius, Saint-Hilaire, Hercules Florence, James Fletcher sobre a terra e a gente paulista do século XIX. E páginas de ficção de Visconde de Taunay, Vicente de Carvalho, Monteiro Lobato, Valdomiro Silveira, Leo Vaz, Amando Caiubi, Menotti del Picchia, Plínio Salgado, Mário de Andrade, Antônio de Alcântara Machado e de outro escritores que contaram histórias da cidade e do sertão, de negros e de caboclos, fazendeiros e colonos do café.
Estas Estórias
Guimarães Rosa
Editora José Olympio
2ª Edição
1976
O livro reúne um conjunto de 9 estórias que causam encantamento em qualquer leitor, seja pela natureza selvagem das paisagens descritas, seja pela convivência com personagens apaixonantes ou mesmo pela constatação da riqueza de um trabalho estilístico ímpar. Os contos são os seguintes: A simples e exata estória do burrinho do comandante; Os chapéus transeuntes: com o vaqueiro Mariano; A estória do homem do pinguelo; Meu tio o Iauaretê; Bicho mau; Páramo; Retábulo de São Nunca; O dar das pedras brilhantes.
São Bernardo
Graciliano Ramos
Editora Record
63ª Edição
1995
Como a paisagem árida e impiedosa do sertão nordestino, esta narrativa se vale apenas do essencial. Para o autor, o mundo não libera encantos, as paisagens são apenas pontos de referência entre os quais os personagens se movem. Essa linguagem crua e despojada está fortemente presente nessa obra que tem a força de uma tragédia rural brasileira e conta a história de Paulo Honório, um homem simples que, movido por uma ambição sem limites, acaba por se transformar num grande fazendeiro do sertão alagoano e casa-se com Madalena para conseguir um herdeiro. Incapaz de entender a ótica humanitária pela qual a mulher vê o mundo, ele tenta anulá-la com seu autoritarismo. Com esse personagem, Graciliano traça o perfil da vida e do caráter de um homem rude e egoísta, do jogo de poder e do vazio da solidão, onde não há espaço nem para a amizade, nem para o amor.
Nossa Horta
Hans Loewenthal
Edições Melhoramentos
8ª Edição
1972
Este livro é dedicado às questões de nossas hortas. Não trata, propriamente, da exploracão comercial do plantio de grandes áreas, designadas geralmente como chácaras ou sítios. O que nos interessa é o melhor aproveitamento do nosso trabalho manual nos inúmeros lotes de terra que tão abundantemente se encontra em nossas cidades ou ao redor delas, e quase sempre abandonados ou, digamos, bem mal aproveitados. O livro não pretende ser completo. Não discute a horticultura teoricamente, nem cita o que outros autores já escreveram a respeito. É exclusivamente o fruto de árduas experiências que se nos tornaram bastante dolorosas e dispendiosas, e é finalidade deste livro que não o sejam para o leitor.
Antropologia Estrutural
Claude Lévi-Strauss
Cosac&Naify
1ª Edição
2012
Antropologia Estrutural é uma referência para o estudo da antropologia e uma das obras mais representativas do pensamento no século XX. Os 17 textos reunidos nesta edição foram escritos entre 1944 e 1956 e compõem a plataforma programática do estruturalismo de Lévi-Strauss, apresentando os principais eixos explorados pelo pensador: o contraste entre a etnologia e a história; a analogia entre a linguística e a antropologia e os estudos sobre mitologia, que se desdobrariam na série Mitológicas.
Carta a El Rei Dom Manuel
Pero Vaz de Caminha
Impresso por J. Borsoi Junior
1939
Documento inicial da história do Brasil, a carta de Pero Vaz de Caminha ao rei D. Manuel I fixa o primeiro encontro do europeu, representado pelos portugueses da armada de Cabral, com os indígenas da terra então descoberta. Por mais de três séculos a Carta permaneceu nos arquivos portugueses, só tendo sido publicada em 1817. É uma obra de valor documental, isto é, é um registro de nossa história e do pensamento que regia os colonos que aqui chegavam, suas intenções e seus julgamentos em relação ao povo que aqui vivia. Este período ficou conhecido como Literatura de Informação ou Epistolar, pois era realizada, por intermédio de cartas, com o único intuito de informar à Coroa portuguesa sobre o que aqui encontraram.
Medicina Rústica
Alceu Maynard Araújo
Companhia Editora Nacional
1ª Edição
1961
Medicina rústica nasceu de palestra proferida por Alceu Maynard Araújo, em 1956, na Sociedade Paulista de História da Medicina e tornou-se título obrigatório nas bibliografias sobre as mentalidades e as práticas médicas populares. Com as significativas transformações ocorridas na história política e social do Brasil, sobretudo depois da redemocratização do país, o trabalho de Alceu Maynard Araújo ultrapassou o meio acadêmico e passou a fornecer subsídios para movimentos desenvolvidos, dentro e fora da Academia, visando recuperar o conhecimento médico popular, sistematizar estudos e pesquisas sobre plantas medicinais da flora brasileira, entender a mentalidade dos moradores de áreas distantes dos centros urbanos e melhorar a qualidade da assistência médica oficial prestada à população carente.
As Férias no Pontal
Rodolpho von Ihering
Typographia Brazão
1ª Edição
1924
Rodolpho Theodor Wilhelm Gaspar von Ihering nasceu na cidade de Taquara do Mundo Novo, na então província do Rio Grande do Sul, em 17 de julho de 1883. Em 1901, ainda na cidade de São Paulo, formou-se como bacharel em ciências e letras. Sua formação em zoologia se deu de maneira natural, à medida que freqüentava o laboratório de seu pai Hermann Friedrich Albrecht von Ihering. Foi nomeado, em 1901, por seu pai, então diretor do Museu Paulista , para a vice-diretoria de custos daquela instituição. A partir do início da década de 30, as pesquisas de Rodolpho Theodor Wilhelm Gaspar von Ihering voltaram-se mais para a área da biologia e para temas de interesse aplicado. A partir de 1931, dedicou-se exclusivamente aos trabalhos de bio-economia na área da piscicultura. Até o final de sua vida trabalhou no desenvolvimento de programas de fecundação artificial de peixes de água-doce no Brasil.
O Sertanejo
José de Alencar
Editora não identificada
Ano de publicação não identificado
Na bibliografia brasileira, o interesse pelo estudo da ficção alencariana só perde no confronto com o interesse existente em torno da obra de Machado de Assis. Em Alencar se juntam diversas correntes que se desenvolviam na alma do povo, numa síntese de pensamentos e arte tipicamente brasileiros. O Sertanejo (1875) é um romance da fase regionalista do autor. O personagem central do livro é o próprio sertão, cenário que aparece em várias obras do autor. ”Quando te tornarei a ver, sertão da minha terra, que atravessei há muitos anos, na aurora serena e feliz da minha infância?” O Sertanejo é o último romance que Alencar publicou. É um espécie de síntese de suas características literárias. Sua terra natal o inspirou.
Tipos e Aspectos do Brasil
Autores Diversos e Ilustrações de Percy Lau
IBGE - Conselho Nacional de Geografia
1966
A presente obra atende às justas solicitações de professores brasileiros, especialmente de Geografia e de estrangeiros, amigos do Brasil, desejosos todos de obter material para projeções fixas em palestras informativas sobre temas típicos deste país. Pela crescente industrialização do Brasil, alguns dos temas aqui apresentados vão se tornando apenas históricos e outros aspectos de exploração dos recursos naturais e de vida vão emergindo nas zonas geográficas brasileiras em que se encontravam os primeiros. Como os temas mais atuais vêm sendo objeto de publicações posteriores à aqui transcrita, é possível que, nos anos próximos, outras coleções de dispositivos sobre Aspectos do Brasil sejam dadas ao público por este Centro.
O Meio Rural
Carlos Borges Schmidt
Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo e Diretoria de Publicidade Agrícola
2ª Edição
1946
A primeira parte (“AS NECESSIDADES DO MEIO RURAL E A RACIONALIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA”) propõe o estudo das regiões, tanto do ponto de vista do homem e do meio em que habita, como das atividades agrícolas e pecuárias, visando à melhoria da vida rural – melhoramento do Habitat rural –. Enfatiza a importância do estudo da região para diferenciar o estado em zonas agroeconômicas ou agrofísicas, e a partir desta distinção propõe que se entendam as necessidades específicas de melhoramentos de cada zona, por apresentarem, cada uma, diferentes condições do meio e diferentes condições de vida para o homem. Utiliza a região do Vale do Paraíba Paulista como exemplo para a análise, e propõe um roteiro para orientação à pesquisa das condições do meio rural. O roteiro divide-se em duas partes: O Homem e o meio e A Produção.
Na segunda parte (“O HOMEM E O MEIO”), estabelece e analisa os seguintes aspectos a serem estudados: A região, O clima, O solo, O Homem, Recursos naturais e Economia, através da relação de interdependência entre o meio e o homem. Descreve a potencialidade do meio físico para o desenvolvimento agrícola através da relação da integração do homem às condições do meio, com seus costumes e hábitos. Enfatiza a questão da propriedade como forma de fixar o homem ao meio rural e discute a pequena propriedade e suas formas de trabalho agrícola. Conclui que os aspectos geográficos e as condições econômicas influem no agricultor ou trabalhador rural, modelando seu comportamento e seu gênero de vida e que cada região deve representar, pela terra e pelo homem, um caso diferente a ser estudado.
Na terceira parte (“A PRODUÇÃO”), analisa historicamente a situação e a condição em que são praticadas a agricultura e a pecuária, como instrumento fundamental para complementar o conhecimento sobre o Meio Rural. Na quarta parte do livro, tratam-se as questões relativas à divulgação de temas de agricultura e de educação rural, visando à melhoria das condições sociais e econômicas das populações rurais. Propõe meios de divulgação junto ao agricultor, tanto o grande, como, e principalmente, o pequeno, que mais carece de orientação.
Fonte: ZUQUIM, Maria de Lourdes. Os Caminhos do Rural: uma questão agrária e ambiental. São Paulo: Editora SENAC. 2007
Técnicas Agrícolas Primitivas e Tradicionais
Carlos Borges Schmidt
Conselho Federal de Cultura e Departamento de Assuntos Culturais
1ª Edição
1976
Descreve as histórias do desenvolvimento agrícola, dos aspectos físicos da agricultura aos aspectos da divulgação agrícola, apresentando a cronologia e a análise dos guias e publicações agrícolas no Brasil. Inicia com a descrição das primeiras roças e dos roçeiros, que se tem noticia antes da chegada dos colonizadores, passa então a descrever a natureza dos solos, modos de preparo, melhorias da terra, e as formas de produção agrícola. Retoma a história e a descrição da evolução agrícola desde os primitivos com seus traços culturais – população Americana – a miscigenação com a conquista, para os dias atuais. Descreve detalhadamente as técnicas tradicionais agrícolas em suas diversas formas de produção. Trata da descrição da introdução das técnicas dos conquistadores e de suas fusões. Descreve a divisão do trabalho agrícola e suas técnicas.
A Cultura Prática da Bananeira Nanica no Litoral Norte Paulista
Carlos Borges Schmidt
Diretoria de Publicidade Agrícola
1ª Edição
1934
A primeira parte do livro (“A BANANA”) trata do uso alimentar, medicinal e das diversas aplicações de seus subprodutos. Apresenta referências científicas das qualidades nutricionais da banana, que se encontram polemizadas pelo meio científico internacional através de descrições dos viajantes, séc. XIX, e de pesquisas dos cientistas e dos setores agrícolas nacionais e internacionais. Compara os usos da bananeira no nosso continente com o uso por outros povos. Descreve a origem mitológica e as hipóteses sobre a introdução desta cultura no continente Sul-americano, através das descrições dos viajantes. Classifica através de resumo botânico a cultura da bananeira e de suas espécies. Conclui que a banana Nanica é a que apresenta as melhores qualidades nutricionais e maiores potencialidades para que o cultivo seja introduzido na região do litoral norte de São Paulo.
A segunda parte do livro (“O LITORAL NORTE DO ESTADO DE SÃO PAULO”) localiza e caracteriza a região do litoral norte, com vistas à introdução do cultivo da banana nanica. Analisa as condições climáticas (chuva, temperatura, ventos e umidade do ar) e do solo da região com vistas à introdução do cultivo da banana e compara estas condições climáticas com outras regiões, nas Américas, onde a banana nanica tem uma boa produção. Seleciona seis zonas cultiváveis no litoral norte para a introdução do cultivo, localiza estas zonas e descreve a acessibilidade para cada uma destas zonas. É interessante notar que o autor descreve as questões climáticas do ponto de vista da produção agrícola e, ao mesmo tempo, do ponto de vista do homem.
No capítulo Populações, descreve o homem do litoral norte em sua vida cotidiana e as suas dificuldades de subsistência. Descreve as condições de concentração e de dispersão populacional das praias ao longo do litoral, a presença de estrangeiros. Descreve as tentativas governamentais de colonização da região. Conclui, que a região e sua população são aptas para a lavoura da banana.
Descreve os recursos naturais da região: mananciais de energia, a vegetação, o reino animal e a fauna marinha. No capítulo Economia da Região descreve a propriedade rural e a situação fundiária, e ainda as culturas agrícolas mais praticadas na região litoral (café, cana de açúcar, mandioca, frutas e cereais). Relata as atividades do campo experimental de bananas do antigo Horto Tropical de Ubatuba, a criação, as indústrias extrativistas e manufatureiras e a indústria de pesca. Descreve o aparelhamento econômico do litoral através da infra-estrutura férrea, de rodagem, de navegação e de portos, de correios e telégrafo e da aviação, relacionados à descrição e comercialização do produto.
Na terceira parte do livro (“A CULTURA DA BANANA NANICA NO LITORAL”) apresenta um roteiro para implantação de uma fazenda de Banana, como a cultura extensiva lucrativa e de grande êxito para região deste litoral; a partir desta conclusão trata de expor aos interessados nessa cultura as formas de produção desde o início, ao instalar um bananal, até a exportação do produto.
Fonte: ZUQUIM, Maria de Lourdes. Os Caminhos do Rural: uma questão agrária e ambiental. São Paulo: Editora SENAC. 2007
O Pão da Terra
Carlos Borges Schmidt
Prefeitura do Município de São Paulo e Secretaria de Educação e Cultura
1ª Edição
1959
Na primeira parte (“OS PRECURSORES”), o autor utiliza o artigo “A mandioca: contribuição para o conhecimento da sua origem” na íntegra e trata das origens da introdução da mandioca através das migrações e da dispersão geográfica dos indígenas na América do Sul e Central. Descreve as lendas e mitos da origem da mandioca pelas tradições indígenas de diversas etnias sul-americanas, utilizando as descrições dos viajantes e das teorias dos etnógrafos.
Na segunda parte (“OS PRIMITIVOS”) descreve a chegada dos europeus e sua visão da terra através da agricultura praticada, das espécies encontradas, das técnicas de plantio e das técnicas de transformação em produtos alimentares (engenhos de farinha de milho e de mandioca). Descreve as imposições ecológicas para o cultivo da mandioca e as roças. Detalha os instrumentos de cultivo usados prelos índios, (machado de pedra inicialmente e posteriormente de ferro e Pau de infincar a terra), do feitio dos instrumentos aos materiais usados para suas confecção e suas formas de uso; e ainda as épocas do ano para o de plantio relacionadas ao clima da região e a colheita. Dedica um capitulo ao fabrico dos diversos tipos da farinha de mandioca, técnica e materiais usados em diversas regiões e apresenta o modo como se fabricavam outros produtos da mandioca como pão, mingaus e vinho.
Na terceira parte (“CAIÇARAS e CAIPIRAS”), descreve, com depoimento dos caiçaras da região de Ubatuba e dos caipiras da região de Rio Claro, os conhecimentos sobre a mandioca, técnicas de cultivo, fases de plantio, preparo do terreno e trato do plantio. Descreve detalhadamente o processo da farinhada, seus utensílios, de sua origem aos encontrados naquele momento, as rodas de ralar, prensas, tipiti, fornos e panelas.
Na quarta parte (“O SOBRENATURAL”), descreve o sentido mítico da planta e os rituais que envolvem do plantio, as práticas protetoras e a cura.
Na quinta parte (“O TRABALHO E ALIMENTO”), descreve a divisão de tarefas da vida diária e as tarefas femininas na lavoura da mandioca e na farinhada; relata as características alimentares da planta desde a origem e a evolução, depois de descoberto o Mundo Novo.
Fonte: ZUQUIM, Maria de Lourdes. Os Caminhos do Rural: uma questão agrária e ambiental. São Paulo: Editora SENAC. 2007
A Vida Rural no Brasil
Carlos Borges Schmidt
Secretaria de Agricultura e Diretoria de Publicidade Agrícola
1ª Edição
1959
O autor analisa a “vida rural” através do regime de propriedade, dos sistemas de exploração agrícola, dos métodos e das técnicas de trabalho, dos padrões e nível de vida – compreendidos no vestuário, na alimentação e na habitação. Apresenta variações das diversas áreas do Brasil e adota a região do Paraitinga como mostra representativa para uma análise detalhada. Enfatiza o quanto o preocupa entender a diversidade do meio físico e cultural de nosso território. Analisa a características do povoamento rural e a repulsa à vida em aldeia, para descrever as relações das vizinhanças. Descreve o Bairro rural dos Carros: a escola e a capela, o sítio e a Habitação, a procura de trabalho, a lavoura de parceria, a lavoura e a criação, o trabalho e solidariedade, a roça e suas técnicas. Depois, compara os diferentes tipos de povoamento, fazendo um paralelo entre o bairro dos Carros e o bairro dos Passarinhos e o Arraial de Santa Cruz do Rio Abaixo.
Fonte: ZUQUIM, Maria de Lourdes. Os Caminhos do Rural: uma questão agrária e ambiental. São Paulo: Editora SENAC. 2007
O Milho e o Monjolo: Aspectos da civilização do milho, técnicas, utensílios e maquinaria tradicional
Carlos Borges Schmidt
Serviço de Informação Agrícola – Ministério da Agricultura
1ª Edição
1967
Na primeira parte (“O CEREAL AMERICANO”), o autor descreve os centros mundiais de origem das culturas do milho e a história das plantas cultivadas, e apresenta resultados de estudos botânicos e antropológicos. Descreve a difusão e aculturação do milho, que provocou uma verdadeira revolução agrícola para a época; disserta sobre o regime alimentar e os hábitos alimentares dos povos do continente americano antes da chegada de Colombo e após a disseminação e a introdução desta cultura para outras partes do mundo. Descreve as primeiras roças e dos roçeiros de quem se tem notícia antes da chegada dos colonizadores; descreve a natureza dos solos, modos de preparo, melhorias da terra e as formas de produção agrícola. Retoma a história e a descrição da evolução agrícola desde os primitivos, com seus traços culturais – população Americana – a miscigenação, com a conquista, até o momento em que escreve; comenta o modo como os conquistadores introduziram as técnicas; e as fusões.
Na segunda parte (“UTENSÍLIOS E MAQUINARIA”), retoma às origens dos moinhos e pilões e de outros instrumentos agrícolas, nas populações primitivas. Descreve estes instrumentos agrícolas como elementos da cultura material encontrada, nos primórdios na América; seus usos míticos; seu emprego na preparação da farinha e seus múltiplos empregos; descreve o pilão e a mão-de-pilão em suas diversas formas e materiais encontrados e distribuídos pelas diversas regiões brasileiras, como primeiro processo mecânico empregado na debulha. Mostra a evolução do processo de triturar e esfolar através da introdução de novos instrumentos como o debulhador, os monjolos, moinhos, e descreve detalhadamente a introdução e evolução destes instrumentos no Brasil. Apresenta os diversos tipos de monjolo, de sua distribuição geográfica, seu emprego, sua evolução, sua localização relacionada ao tipo de paisagem geográfica, sua forma de construção e materiais empregados.
Relata a cronologia dos martelos hidráulicos e pilões de socamento de água destinados à indústria de mineração e analisa a semelhança com a aplicação agrícola. Apresenta historicamente a cultura material dos homens primitivos, os tipos de exemplares agrícolas e descreve os hábitos alimentares e economia agrícola dos povos primitivos no mundo. Narra a introdução do moinho e dos utensílios e a evolução por que passaram nas diversas regiões, principalmente em território paulista.
A terceira parte (“ALIMENTAÇÃO”), trata da alimentação dos povos primitivos de nossa terra até o momento em que escreve, através das condições climáticas que propiciam certas culturas e determinavam as áreas paulistas de alimentação; dos ciclos vegetativos da plantas e dos hábitos alimentares e os produtos alimentares provenientes desta cultura agrícola.
A quarta parte (“COMIDA PAULISTA”) descreve as lendas e as origens da farinha de milho e os processos e técnicas indígenas para fabricar a farinha de mandioca e os compara com os do caboclo da atualidade, ressaltando as semelhanças. Descreve a farinha de milho na suas mais diversas formas alimentares, ao longo dos tempos.
A quinta parte (“LENDAS E CRENÇAS”), relata as diversas lendas e crenças da origens da farinha no continente americano e do caráter sagrado do milho.
Fonte: ZUQUIM, Maria de Lourdes. Os Caminhos do Rural: uma questão agrária e ambiental. São Paulo: Editora SENAC. 2007
Paisagens Rurais
Carlos Borges Schmidt
Secretaria da Agricultura e Diretoria de Publicidade Agrícola
1ª Edição
1944
Na primeira parte do livro (“O PARAÍBA E O PARAITINGA”), o autor descreve as condições gerais da região seguindo o caminho de São Paulo pelo leito do Tiete até alcançar o vale do Paraíba, e em especial o Município de Natividade da Serra; caracteriza o ambiente geográfico (vegetação, clima e relevo), a exploração rural agropecuária, a pequena indústria, os meios de transporte, os tipos de propriedades, os tipo de habitação e o homem em suas diversas condições de vida. Descreve detalhadamente a habitação do caboclo e suas benfeitorias.
Na segunda parte do livro (“A PARANAPIACABA E O RIBEIRA DE IGUAPE”), descreve as condições gerais da região, seguindo o caminho de São Paulo para Juquiá, por Piedade, na região Sorocabana. Caracteriza o ambiente geográfico (vegetação, clima e relevo), a exploração rural e das pequenas indústrias e os meios de transporte. A partir de Juquiá, pelos caminhos de Registro, Pariquera-assú, Jacupiranga, descreve as condições físico-geográficas e a ocupação humana, a economia, a exploração agrícola e a conquista da região da bacia do Ribeira de Iguape. Descreve a colonização japonesa e sua condição socioeconômica, suas características culturais, através das crenças, modos e costumes e ainda a atividade agrícola, comparando-a com a dos nossos caboclos, que têm em comum a atividade agrícola nômade. Conclui com a descrição das condições físico-geográfica e dos meios de transporte, no retorno, pelos caminhos de Apiaí rumo à Itapetininga.
Fonte: ZUQUIM, Maria de Lourdes. Os Caminhos do Rural: uma questão agrária e ambiental. São Paulo: Editora SENAC. 2007
Lavoura Caiçara
Carlos Borges Schmidt
Serviço de Publicidade Agrícola - Ministério da Agricultura
1ª Edição
1958
O livro focaliza as atividades econômicas e sociais, descrevendo as características do tipo de produção e trabalho da lavoura da caiçara. Levanta e indica, através dos elementos técnicos, os traços de vivência fisionômica da região, analisa a produção da mandioca e sua transformação doméstica em farinha, através das técnicas tradicionais adotadas pelas comunidades caiçaras, em especial da região de Ubatuba. Apresenta um rico registro documental; analisa as técnicas agrícolas, com especial atenção aos utensílios e maquinaria tradicional. Refere-se ao uso e costumes e aos tipos e aspectos populares. Inicia sua reflexão pela história da agricultura praticada pelos povos da América, antes da colonização; estes povos são descritos através da cultura alimentar. Com essa referência, analisa a região paulista através da cultura alimentar: Serra Acima e Beira Mar. Descreve o cultivo da mandioca na região de Ubatuba (lugares, épocas, trato, inimigos da lavoura, sobrenatural, a planta mítica através de referências dos etnólogos e dos viajantes, práticas e ritos, o estado da arte e seus aviamentos, os sistemas de fabricação). Em descrição detalhada, apresenta a Arte Material da casa de farinha e seu funcionamento, e seus aviamentos, em diversas regiões do Brasil, em especial do litoral norte.
Fonte: ZUQUIM, Maria de Lourdes. Os Caminhos do Rural: uma questão agrária e ambiental. São Paulo: Editora SENAC. 2007
Rasgando Horizontes
Carlos Borges Schmidt e José Reis
Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo e Diretoria de Publicidade Agrícola
1ª Edição
1943
Este livro foi elaborado para comemorar o Cinqüentenário da Secretaria da Agricultura. Descreve a história e a evolução desta Secretaria desde sua ao cinqüentenário (1942). Recupera historicamente as atividades, experiências e realizações da Secretaria ao longo de sua existência analisando sua importância no cenário econômico nacional. Recupera historicamente reestruturações de suas três fases de existência. Descreve suas atividades no campo da orientação técnica, das realizações praticas, do conhecimento da base geográfica, dos estudos da flora e da fauna, da defesa do patrimônio florestal, do abastecimento da lavoura e da valorização do trabalho agrícola, do ensino e da divulgação, dos domínios da defesa da lavoura, das criações e da organização econômica da produção. Descreve as atividades de todos os órgãos ligados à Secretaria, analisando as origens e a evolução.
Fonte: ZUQUIM, Maria de Lourdes. Os Caminhos do Rural: uma questão agrária e ambiental. São Paulo: Editora SENAC. 2007
Rede de Dormir: uma pesquisa etnográfica
Luís da Câmara Cascudo
Ministério da Educação e da Cultura
1ª Edição
1959
Pero Vaz de Caminha foi o primeiro a citar, no Brasil, em 1500, a presença da rede de dormir. Outros escritores como Von Martins, Anchieta, Hans Staden, citaram sua presença entre os aborígenes. Os africanos somente a conheceram com a 'entrada', em seu país, de espanhóis e portugueses. Feita de cipó, fios de algodão ou outra fibra vegetal, a rede era inseparável objeto de viagem, como aconteceu no período bandeirantista. Acompanhando seu dono, de norte a sul do país, foi utilizada como berço, cama de casal e de solteiro. Entre os séculos XIX e XX, escritores como Fagundes Varella, Casimiro de Abreu, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, escreveram sobre a rede, objeto utilitário imprescindível na vida cotidiana dos brasileiros e romanticamente cantada por tantos poetas. Com suas pesquisas, Luís Câmara cascudo conclui que 'não se discute a origem histórica em face dos documentos conhecidos. Até prova expressa em contrário a rede possui o 'copyright' sulamericano'.
Segunda Viagem do Rio de Janeiro a Minas Gerais e a São Paulo - 1822
Auguste de Saint-Hilaire
Editora Itatiaia e Edusp
1974
As diversas obras deixadas por Saint-Hilaire por seus extensos estudos e viagens no Brasil, para onde veio antes da independência do país, encontram admirável complementação neste relato sobre sua segunda viagem do Rio de Janeiro a Minas Gerais e a São Paulo, viagem que empreendeu para recuperar e refazer coleções da flora e da fauna brasileiras que antes não pudera transportar por se haverem danificado em grande parte. Neste diário de viagem volta o leitor a sentir-se encantado com a visão objetiva do eminente naturalista e sua capacidade de descrever, em lúcido e atraente estilo, tudo quanto se lhe deparou. Por seu intermédio ficamos a par do nascimento e evolução dos lugares e das ocupações e preocupações de seus habitantes, seu comércio, suas atividades políticas e sociais, tudo, que há mais de século e meio compunha o contexto vivencial da terra brasileira.
Peregrinação pela Província de São Paulo (1860-1861)
Augusto Emílio Zaluar
Editora Itatiaia e Edusp
1975
O português de nascimento e brasileiro por adoção Augusto Emílio Zaluar, foi um trabalhador incansável. Autor, tradutor, poeta, romancista, jornalista, possuia talento múltiplo e vivacidade de estilo. O viajante Zaluar, homem de sensibilidade poética, redigiu suas Peregrinações no mesmo diapasão. Numa época em que os viajantes estrangeiros, em especial Saint-Hilaire, já haviam percorrido, há quase um século, os mesmos lugares, Zaluar nos oferece uma visão social, um retrato psicológico das personalidades em evidência e aspectos outros da realidade com graça no estilo e vivacidade na movimentação, conservando para o futuro dados preciosos. É, pois, de leitura sumamente valiosa este volume, às vezes ingênuo, mas sempre pitoresco. Sem maiores pretensões científicas, obra de jornalista inteligente, constituído de genuínas reportagens, cumpriu o livro o vaticínio de Machado de Assis de que "o talento obriga e não se esquece nunca de que tem uma missão a se desempenhar".
Nossa Senhora da Conceição de Jacarehy
Ivana de Souza e Benedito Vianna dos Santos
Indústrias de Papel Simão e Fundação Valeparaibana de Ensino
1ª Edição
2015
O livro amplamente ilustrado por Benê Vianna narra alguns episódios da fundação e desenvolvimento do município de Jacareí. Arquitetura, cultura material e eventos cotidianos pontuam são os trechos dessa narrativa que social e economicamente as cidades da região do Vale do Paraíba.
Arquitetura e Urbanismo no Vale do Paraíba
Percival Tirapeli
Editora Unesp
1ª Edição
2015
Este livro analisa técnica e historicamente as construções religiosas, oficiais e civis na região do Vale do Paraíba, relacionando-as às fundações das vilas e cidades nos períodos colonial e imperial, e estuda suas transformações até a primeira metade do século XX, detalhando a arquitetura e o urbanismo dos espaços e épocas. No Vale do Paraíba, as igrejas tiveram grande relevância no desenvolvimento das localidades, transformando-as em cidades prósperas do estado de São Paulo. Do ponto de vista iconográfico, a obra é permeada por mapas, esquemas arquitetônicos com plantas originais e das transformações das edificações ao longo dos anos, além de uma série de fotos com imagens que apresentam o atual estado de conservação das construções.
Manual do Arquiteto Descalço
Johan van Lengen
Empório do Livro
1ª Edição
2008
A bioarquitetura é um conceito que une ecologia, arquitetura e urbanismo. Revela técnicas e maneiras de construção em harmonia com a natureza e os seus recursos, promovendo o equilíbrio entre o meio ambiente e o progresso, e ao mesmo tempo ajudando o homem a habitar o mundo de forma digna. Nesta obra, o arquiteto propõe explicações sobre contextos climáticos, formas e materiais que capacitam soluções sobre energia, água e saneamento que ajudam na obra, através do uso de eco-tecnologias alternativas.
História do Rio Tietê
Mello Nóbrega
Governo do Estado de São Paulo
Coleção Paulística, Vol. VIII
1ª Edição
2008
O livro de Humberto Mello Nóbrega representa uma abertura de perspectiva de pesquisas para um novo estudo sobre o velho rio paulista. Dá-nos como contribuição a possibilidade de novas explorações interpretativas e históricas sobre a importante via fluvial bandeirante.
O Divino em Festa: São Luiz do Paraitinga
Nana Vieira
Editora Terra Virgem
1ª Edição
O livro traz um acervo visual inédito da festa do Divino num dos últimos redutos caipiras do estado de São Paulo, a cidade de São Luiz do Paraitinga. O sentimento dessa festa está traduzido em uma seleção de 90 belas imagens, que retratam cantos, danças, rezas, cores e sensações, em uma linguagem que remete ao próprio colorido e vivacidade da festa. A obra traz uma riqueza cultural e visual para ser compartilhada com todos aqueles que valorizam a beleza de nossa história e a força da nossa identidade. Dois dos mais famosos cidadãos luizenses, Suzana Salles e Aziz Nacib Ab’Saber, enriquecem o livro com textos introdutórios.
Saccharum Officinarum
Mercedez-Benz do Brasil S.A
José Antonio Gonsalves de Mello
1976
O livro aborda o açúcar e sua presença na história brasileira. De grande relevância nos dois primeiros séculos, esse produto manteve-se em evidência ao longo de toda a vida o país. No Nordeste, gerou uma estrutura social e política inteiramente nele baseada. No Sul, além de servir de suporte ao advento do café e da industrialização, volta nos dias de hoje a reeditar sob outros aspectos o mesmo papel que desempenhou, outrora, entre a Bahia e a Paraíba, região que na verdade nunca abandonou sua riqueza primeira. Desde o descobrimento, em 1500, até os dias de hoje, o açúcar influiu e continua influindo decisivamente na formação do Brasil. Por isso, a presente obra visa dar-lhe no escrito e no ilustrado, uma extensão mais vasta, à guisa de continuidade de permanência com gosto de melancólico e força de palpável.
O Sertão da Caatinga, dos Santos, dos Beatos e dos Cabras da Peste
Emanoel Araújo (Org.)
Museu Afro Brasil
1ª Edição
2012
A exposição “O Sertão: da Caatinga, dos Santos, dos Beatos e dos Cabras da Peste”, apresentou 800 obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, ex-votos, roupas, fotografias, instalações e documentos, reproduzindo o ambiente no qual vive o homem sertanejo, que caracteriza a civilização do nordeste brasileiro, e explorando sua relação com o místico e com a natureza áspera que o cerca.
Homem ao Mar
Francisco Pinto e Nereu do Vale Pereira
Banco Fibra e A.S. Editora
2007
Esta obra nos traz um documentário fotográfico e cultural da população litorânea do Estado de Santa Catarina, principalmente descendentes oriundos do Arquipélago dos Açores. Ao mergulharmos neste livro, teremos o prazer de descobrir as contribuições da imigração açoriana para a população litorânea do sul do país, as transformações culturais e sociais que foram absorvidas e hoje fazem parte do dia-a-dia das pessoas da região. O autor, dedicou-se por longos anos a registrar através da fotografia este traço tão particular da região sul do Brasil, buscando trazer ao leitor tanto a linguagem estética quanto histórica, por meio de imagens e textos assinados pelo Prof. Dr. Nereu do Vale Pereira, um dos responsáveis pela conscientização do valor das tradições açorianas. Enriquecendo ainda mais, o livro traz versos de Fernando Pessoa, um dos autores de nossa história, que trouxe para sua obra um olhar especial sobre o Mar.
Os 14 do Vale: Pintores Primitivos - Vale do Paraíba
Adelmir Morato de Lima e Luiz Ernesto M Kawall
Art Editora LTDA e Monsanto
1ª Edição
1987
A pintura primitivista do Vale do Paraíba segue uma trilha de raízes regionais que alcança o nacional, como queria Mário de Andrade, ao defender a cultura popular como base de uma vivencia sócio-cultural do artista, face à realidade brasileira contemporânea. Eles são, em seu todo, alegres retratadores do cotidiano em que vivem, das festas folclóricas às lides da roça, da urbanização crescente das cidades aos causos e lendas que a traição oral e escrita passa de pai para filho. Cada um em sua comuna vivem integrados e alguns já se sustentam de sua arte, com produção e venda certas, muitos deles até com freguesia anotada em centros maiores, como Rio de Janeiro e São Paulo. O mais importante na obra destes primitivos, é que, além do retrato fiel que elaboram de seu viver citadino ou no campo, estabelecem sempre uma identidade com as festas do Vale, profanas ou religiosas, tradicionais ou popularescas. Pois parecem viver uma festa permanente, esses artistas autênticos, documentando com suas pinceladas a vida cotidiana, o rio lendário, a serra majestática, o céu límpido do Vale do Paraíba. E as festas, muitas festas, de Jacareí e São José, Taubaté e Guaratinguetá, Pindamonhangaba e Silveiras, São Jose do Barreiro e Santa Branca, Tremembé e São Luiz do Paraitinga.
Estrelas no Céu da Boca: escritos sobre culinária e gastronomia
Carlos Alberto Dória
Editora Senac
1ª Edição
2006
O autor investiga a culinária e a gastronomia por dentro, explicando sua lógica, expondo os passos e avaliando resultados. Sendo um livro sobre cultura e não um guia prático de cozinha, propõe uma reflexão sobre a gastronomia no Brasil e no mundo, a vanguarda e a tradição. E a sua novidade é esta: mostra que quem pensa sobre o que leva à boca jamais come gato por lebre.
Ensaios Enveredados
Carlos Alberto Dória
Edições Siciliano
1ª Edição
1991
O “sertão”, trazido à reflexão a partir deste ensaios enveredados, “pouco ou nada tem a ver com o sertão épico, guerreiro, consagrado na literatura ficcional e mesmo num certo tipo de historiografia destinada a nobilitar as classes dominantes locais”; é antes um sertão em torno do qual “se produziu uma espécie de amnésia nacional, já que ele sempre foi marginal em relação aos principais processos de acumulação de capital. O livro busca uma metaleitura dos elementos ativos no processo de mitificação do sertão, querendo sinalizar que a desideologização da linguagem é tão importante para a pesquisa histórica contemporânea quanto a descoberta de novas fontes que possam iluminar o passado.
O Saber e o Fazer no Museu do Folclore II
Fábio Bueno Martins e Maria Siqueira Santos
Centro de Estudos da Cultura Popular e Fundação Cultural Cassiano Ricardo
Coleção Cadernos de Folclore - Vol. 23.
2013
Neste volume, foram entrevistados 12 fazedores que participaram do Museu Vivo, uma iniciativa do Museu do Folclore, em São José dos Campos. Através deles adentramos um pouco no universo da música caipira, nos causos, da Folia de Reis, culinária, técnicas da roça e do artesanato. A partir dessa pesquisa de campo foram elaborados 12 textos que compõe este livro. O objetivo comum deles é promover os fazedores através da divulgação de seus fazeres em seus grupos sociais e comunidades, em museus, escolas públicas e privadas, universidades, encontros e palestras cujo tema seja cultura popular e folclore.
Folia de Reis, Samba do Povo
Alberto Ikeda
Centro de Estudos da Cultura Popular e Fundação Cultural Cassiano Ricardo
Coleção Cadernos de Folclore - Vol. 21.
2011
Este livro reúne alguns artigos publicados em anos anteriores, em veículos diversos, juntados agora sob o título parcial de um trabalho de pesquisa cuja edição ocorreu no Japão, em português, em 1994, intitulado: Folia de Reis, Sambas do Povo; Ciclo de Reis em Goiânia: tradição e modernidade. Tratava-se de um relatório de pesquisa etnográfica realizada na cidade de Goiânia, Goiás, com apoio do Ministério da Educação, Ciência e Cultura do Japão, por intermédio do National Museum of Ethnology, de Osaka, publicado em coletânea com trabalhos de outros pesquisadores, no livro: Possessão e Procissão: religiosidade popular no Brasil, organizado por Hirochika Nakamaki e Américo Pellegrini Filho.
Disponível Online
Coleções em Diálogo: Museu Paulista e Pinacoteca de São Paulo
Valéria Piccoli, Fernanda Pitta e Luiz Vieira (Org.)
Pinacoteca de São Paulo
2016
A exposição remete à origem comum de ambas as instituições e às características de suas coleções, já que a Pinacoteca nasce da transferência em 1905 de 20 obras reunidas pelo Estado de São Paulo na galeria artística do Museu Paulista, inaugurado em 1895 e conhecido também como Museu do Ipiranga. A mostra possibilita também ao público ver ou rever importantes peças do Museu Paulista, que atualmente, em função dos trabalhos de restauro e modernização do edifício-monumento, encontra-se fechado à visitação.Segundo Valéria Piccoli, curadora da mostra com Fernanda Pitta, esse diálogo pretende reforçar as relações entre os dois acervos, iluminando-os mutuamente. São cerca de 50 obras, entre pinturas, desenhos, fotografias e objetos, assinadas por artistas como Antônio Parreiras, Benedito Calixto, Adrien van Emelen, Oscar Pereira da Silva, João Baptista da Costa, Antônio Ferrigno, Henrique Bernardelli, Rodolfo Amoedo entre outros, que ajudam a compreender essa história comum e seus desdobramentos.
O Quase Fim de Serapião Filogônio
Jonas Rosa
Ateliê Editorial
2008
Serapião Filogônio é um personagem de formação atávica, estreitamente plantado no solo social, cultural e religioso de certas regiões do Brasil. “O Quase Fim de Serapião Filogônio” é a história literária de uma sociedade arcaica em mutação e do vislumbre, ainda que nebuloso, de um mundo nascente. Serapião é o produto de forças que atuaram (não mais atuam) numa parte ponderável do território brasileiro, produzidas pelo latifúndio, pelos laços familiares, pela escravidão, pela imprevidência econômica, pelo preconceito antilabor, pela manutenção do status social como um privilégio da rotina, pela total liberação da atividade sexual masculina contraposta à feroz repressão da feminina, pela tradição religiosa católica, com a devoção aos seus numes tutelares entre os quais se sobreleva, cercada de amor e referências, a Mãe de Jesus.
Jacareí: Quotidiano & Sociedade, de 1840 a 1870
Ana Luiza do Patrocínio
Editora Scortecci
2012
O objetivo central do livro Jacareí: Quotidiano & Sociedade, de 1840 a 1870 é estudar o reordenamento urbano da cidade, que foi motivado pelo grande fluxo de gentes, pessoas vindas de diversas regiões, e provenientes de diferentes camadas sociais, todas atraídas pela riqueza do café que, na época, se apresentava na região do Vale do Paraíba Paulista como fonte de riquezas para alguns e esperança para muitos. Estudar a história de uma cidade é estudar a história de todas as cidades. Nesse caso, mais do que isso, foi enxergar no microcosmo de Jacareí os movimentos, os pensamentos, as instituições e as formas de organização estatal que se desenvolveram entre 1840 e 1870. O estudo dos grandes feitos ou a narração do ápice de uma decisão histórica, omite sempre os coadjuvantes desses mesmos fatos. Uma análise mais minuciosa iria encontrar na planície os membros de uma sociedade que, no anonimato, formam o pano de fundo dos grandes acontecimentos e sem os quais não haveria, certamente, o fato principal. Nesse campo, a historiadora teve a capacidade de perceber e apreender da forma mais profunda esses habitantes sem nome e sem rosto. (Benedicto Sérgio Lencioni)
Morte e Vida Severina
João Cabral de Melo Neto
Folha de São Paulo
2008
Um dos poemas mais populares de João Cabral de Melo Neto, "Morte e vida severina" dá voz aos retirantes nordestinos e ao rio Capibaripe, em cenas fortes e contundentes. Clara crítica social, o autor descreve a viagem de um sertanejo chamado Severino, que sai de sua terra natal em busca de melhores condições de vida. Durante a jornada, Severino se encontra tantas vezes com a Morte que, desiludido e impotente, percebe que a luta é inútil - como ele, tantos outros severinos padecem com a miséria e o abandono. Apenas o nascimento de um bebe, uma criança-severina, renova as esperanças e o espírito cansado daquele que já não tinha motivos para continuar a viver.
Macunaíma: o herói sem nenhum caráter
Mário de Andrade
Livraria Garnier
32ª Edição
2001
Obra-prima do Modernismo brasileiro, Macunaíma foi escrito por Mário de Andrade em 1928 e ainda hoje é um livro fundamental para compreendermos nossa diversidade cultural. Nasceu a partir de uma vasta pesquisa linguística do autor e reflete, por meio da mistura de lendas, mitos e histórias populares, a busca de uma identidade nacional afastada pela colonização. "Brasileiros, chegou a hora de realizar o Brasil". dizia o criador do anti - herói nascido na selva amazônica e transformado em um dos personagens mais estudados de todos os tempos no país.
Fazenda Modelo: novela pecuária
Chico Buarque
Círculo do Livro
1976
Chico escreveu a "novela pecuária" em 1974, quando rompeu por um período seus contratos musicais e se trancou durante nove meses para compilar o livro. Chico tece uma alegoria sobre a sociedade dos homens - falando, no entanto, exclusivamente de bois e vacas. Trata-se de uma parábola sobre o poder, a respeito das formas de dominação social sobre o rebanho humano. E a forma de dominação mais radical é usurpar do indivíduo - sempre em nome dos mais santos princípios - qualquer possibilidade de assumir seu próprio destino pessoal. A Fazenda modelo é uma comunidade bovina que começa a crescer e que se vê - através da liderança mansa do boi Juvenal, o bom - submetida a um processo radical de transformação, de "progresso": em que tudo que era natural é considerado "atrasado" ou "pecado" e passa a ser cientificamente regulado. Destroem-se todas as formas de auto-regulação do indivíduo, desde as alimentares até as sexuais: a procriação na Fazenda Modelo estava garantida através da inseminação artificial - do banco de espermas do touro Abá, o Grande Reprodutor. Juvenal abolira o relacionamento sexual do rebanho, totalmente voltado à reprodução. E o filho de Abá, Lubino, deveria suceder o pai nessa gloriosa tarefa de "rapador" da Fazenda Modelo. É exatamente o momento da "iniciação" de Lubino por Jurenal que o trecho escolhido apresentará.
Nove, novena: narrativas
Osman Lins
Companhia das Letras
4ª Edição
2004
Ao publicar Nove, novena em 1966, Osman Lins tornou-se um dos expoentes da ficção brasileira contemporânea. Neste livro singular, cujos textos não se enquadram num gênero literário específico, o autor tenta desvendar o mundo pela imaginação poética. Nas nove narrativas que, em seu conjunto, encerram uma notável coerência, Osman Lins capta, por diversos ângulos, dramas da existência humana: desencontros, miséria, frustrações, histórias de amor fracassadas, incomunicabilidade entre os seres
Livro central da obra de Osman Lins, Nove, novena prenuncia o romance Avalovara, um dos pontos culminantes da literatura brasileira deste século. (Milton Hatoum)
Avalovara
Osman Lins
Edições Melhoramentos
1973
Este romance de 1973 assinala o ápice do percurso literário do pernambucano Osman Lins. Tendo como ponto de partida a intersecção entre uma espiral e um quadrado, nos quais se inscreve uma curiosa frase em latim, o romance cria uma intrincada trama de texto e mundo, em que a imagem dos nomes sobrepõe-se à imagem dos seres e das coisas, compondo um terceiro destino que cabe necessariamente ao homem decifrar. Avalovara intercala oito temas narrativos que atravessam tempos e espaços distintos, de Amsterdã a Recife, de Recife à Roma Antiga, daí a São Paulo e vice-versa, numa narrativa notável, que ambiciona abarcar o mundo e a linguagem em sua totalidade. Neste mergulho no cerne da linguagem, o ritmo poético precede e ordena os nexos narrativos, num casamento entre prosa e poesia que marcou o romance brasileiro contemporâneo.
Os três únicos testemunhos do descobrimento do Brasil
Paulo Roberto Pereira (Org.)
Lacerda Editores
1999
Em linguagem atualizada e acompanhados e um glossário de termos quinhentistas, os textos apresentados neste livro - Carta de Pero Vaz de Caminha, Carta de Mestre João Faras e Relação do Piloto Anónimo -, são seguidos de pormenorizados comentários do professor Paulo Roberto Pereira, lançando um foco de luz sobre os aspectos curiosos acerca dos autores e seus manuscritos. A edição apresenta, também, ilustrações da época do descobrimento que dialogam com os textos, compondo, o conjunto, um retrato nítido da fisionomia do Brasil em seu amanhecer. Livro sério, curioso e abrangente, apresenta, ainda, um estudo acerca das diversas teses sobre a descoberta casual ou intencional da nova terra e o maior levantamento bibliográfico já feito sobre os três documentos.
Histórias Mestiças: antologia de textos
Lilia Moritz Schwarcz e Adriano Pedrosa
Editora Cobogó
2014
Histórias Mestiças é uma antologia que reúne mais de 70 extratos de textos, que tratam sobre as diversas narrativas da formação da cultura e do pensamento brasileiros. Com organização de Adriano Pedrosa e Lilia Schwarcz, a publicação dialoga com a exposição de mesmo nome, realizada no Instituto Tomie Ohtake, em 2014. Esta coletânea é composta por leituras fundamentais para a construção da exposição, e traz textos de Mario de Andrade, Gilberto Freyre, Sergio Buarque de Holanda, Joaquim Nabuco, Manuela Carneiro da Cunha, Eduardo Viveiros de Castro, David Kopenawa, Joel Rufino, Torquato Neto, além do Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade. Esta antologia busca, assim, ser ambivalente e plural a exemplo dessas histórias mestiças que vem descrever.